Revelar
as nuances ocultas do mainstream...
Uma das propostas do nosso blog... Como Cristo, Sócrates e
Chacrinha não viemos para explicar, e sim para confundir. Estamos
cansados da desmistificação: resgataremos a mística perdida!
Na
mania de tentar fazer exegese de mangá, já passamos a navalha em
Bleach, Naruto, One Piece, entre inúmeros outros battle
shounen... Nas
intermináveis sessões de paralelologia mangafila, sempre
fui perguntado... Qual o significado de Fairy Tail? Por muito tempo
fui incapaz de dar respostas aptas... No entanto, com o passar dos
arcos, algo foi ficando cada vez mais claro...
Como
é o mundo que Hiro Mashima criou para esta obra? Uma sociedade
feudal, em
que a economia, além de
uma nascente
burguesia –
Sendo, entre outras, a família Heartphilia exemplo desta -,
é controlada por várias fortes guildas organizadas
à moda pré-revolucionária,
entre elas as de magos mercenários. O
seu mapa-mundi curiosamente parece uma corruptela da Europa
pré-contemporânea.
O óbvio é que toda a temática tem um forte componente de
medievalismo. E
todo este sistema é visto de modo simpático.
Qual o tema de Fairy Tail? O perpétuo embate entre a
ordem e a liberdade.
As
autoridades mais do
Reino de Fiore e pelo Conselho Mágico[1]. O primeiro é uma
instituição retratada com certa simpatia: A sua nobreza, com raras
exceções, como Everlue, parece estar realmente preocupada com o
bem-estar da sua nação. Já o segundo é uma assembleia de magos
burocratas que de arco em arco revelam a sua
inutilidade e seu desprezo por tudo o que vai contra os seus vagos
interesses políticos, o
clássico poder global que veta e sufoca as soluções eficazes –
Qualquer semelhança com a Liga das Nações, ONU et
caterva é
mera sátira...
De
modo geral a maioria dos antagonistas é de facções – Oracción
Seis, Grimoire Heart, entre outras – que querem criar um novo
mundo, destruindo assim a sociedade vigente. Fica claro que todos
estes, tal como em todas as revoluções, ainda
que às vezes bem-intencionados e simpáticos,
entram em estado de corrupção, ficam ébrios pelo poder e de modo
maquiavélico irão quebrar todos os ovos – E cabeças – na
omelete necessária
para atingir os seus delírios.
Então,
o que representam
os herois?
O ponto ideal em tal conflito. Em suma, é o ideal do autor: O
espírito lúdico que vive na tradição
sem quebrá-la. O
despojamento da rebeldia jazente na sombra. Isto é a Fairy Tail.
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