domingo, 8 de setembro de 2013

Hiro Mashima Contra o Novo Mundo




Revelar as nuances ocultas do mainstream... Uma das propostas do nosso blog... Como Cristo, Sócrates e Chacrinha não viemos para explicar, e sim para confundir. Estamos cansados da desmistificação: resgataremos a mística perdida!

Na mania de tentar fazer exegese de mangá, já passamos a navalha em Bleach, Naruto, One Piece, entre inúmeros outros battle shounen... Nas intermináveis sessões de paralelologia mangafila, sempre fui perguntado... Qual o significado de Fairy Tail? Por muito tempo fui incapaz de dar respostas aptas... No entanto, com o passar dos arcos, algo foi ficando cada vez mais claro...


Como é o mundo que Hiro Mashima criou para esta obra? Uma sociedade feudal, em que a economia, além de uma nascente burguesia – Sendo, entre outras, a família Heartphilia exemplo desta -, é controlada por várias fortes guildas organizadas à moda pré-revolucionária, entre elas as de magos mercenários. O seu mapa-mundi curiosamente parece uma corruptela da Europa pré-contemporânea. O óbvio é que toda a temática tem um forte componente de medievalismo. E todo este sistema é visto de modo simpático.

Qual o tema de Fairy Tail? O perpétuo embate entre a ordem e a liberdade.

As autoridades mais do Reino de Fiore e pelo Conselho Mágico[1]. O primeiro é uma instituição retratada com certa simpatia: A sua nobreza, com raras exceções, como Everlue, parece estar realmente preocupada com o bem-estar da sua nação. Já o segundo é uma assembleia de magos burocratas que de arco em arco revelam a sua inutilidade e seu desprezo por tudo o que vai contra os seus vagos interesses políticos, o clássico poder global que veta e sufoca as soluções eficazes – Qualquer semelhança com a Liga das Nações, ONU et caterva é mera sátira...

De modo geral a maioria dos antagonistas é de facções – Oracción Seis, Grimoire Heart, entre outras – que querem criar um novo mundo, destruindo assim a sociedade vigente. Fica claro que todos estes, tal como em todas as revoluções, ainda que às vezes bem-intencionados e simpáticos, entram em estado de corrupção, ficam ébrios pelo poder e de modo maquiavélico irão quebrar todos os ovos – E cabeças – na omelete necessária para atingir os seus delírios.


Então, o que representam os herois? O ponto ideal em tal conflito. Em suma, é o ideal do autor: O espírito lúdico que vive na tradição sem quebrá-la. O despojamento da rebeldia jazente na sombra. Isto é a Fairy Tail.  

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