Hoje os fãs de anime e mangá são
recorrentes nas diversas partes do Brasil. Cosplay virou um hábito
não tão incomum. Eventos que emulam as convenções do primeiro
mundo acontecem mesmo em médias cidades. Mangás já são editados
por quatro editoras. O clima, contudo, é de insegurança. A história
já demonstrou que o ápice é a parte mais perigosa na vida de uma
instituição. Do cume caíram dos romanos aos Estados Unidos da
América.
O horizonte é escuro. Uma das maiores
fontes de bruma é o tratamento irracionalíssimo dado ao anime na
televisão brasileira. A porta de entrada da maioria dos assim
chamados otaku foram sessões
de Dragon Ball, Naruto, Yu Yu Hakusho, entre outros... A
nova geração nem nos canais
pagos tem acesso a tais
clássicos mais básicos,
ainda mais a raras gemas já
exibidas por aqui.
Há
um fenômeno que cataliza tal praga: A comum desistência de quem tem
tal hábito. Não é difícil perceber que tal passatempo
dificilmente dura dez anos. Uma parcela majoritária deixa o anime e
o mangá utilizando vários chavões clássicos, como “Falta de
Tempo”. Não será difícil descobrir que os cinéfilos e os
western nerds, ao
menos na Terra de Santa Cruz onde vivemos, raramente abandonam tais
hobbies.
Um
dos motivos do segundo problema
é algo que é tabu até no meio afim: Implicitamente a sociedade
brasileira nunca aceitou tal tipo de mídia. Em um país onde a
simples infância se tornou algo rotineiramente desprezada, o simples
fato de serem animações foi algo rotulado como infantil, e desde os
anos 2000, tudo o que aparentasse ser pueril demais passou a ser
desprezado.
Certamente
a escolha das séries exibidas foi uma péssima aposta. A maioria
delas abordava excessivamente a cultura japonesa, em especial o
gênero Jidai Geki. Longe de ser uma crítica à qualidade de tais
clássicos, era arriscado
demais querer expor um povo tipicamente inculto a uma cultura exótica
e até mesmo vista com
desdém... Para cada espectador que se tornava um fã de Ranma ½,
dois viravam o rosto por
achá-lo muito estranho ou anormal.
Por
fim, existe uma pá de terra que vem direto da matriz, no Japão.
Todos sabemos que a Shonen Jump está saindo do seu ápice... Em
breve, monstros sagrados como Naruto e Bleach irão acabar... E
causar uma forte sangria de fãs em tal mercado, afetando inclusive
os nossos japanófilos.
Este é
um texto pessoal... Soluções? No momento elas inexistem. O máximo
que podemos fazer é rezar... Para que não voltemos a ser mais uma
subcultura que vive nos grotões do Brasil...
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